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Janeiro Roxo: SES lança filme “Não Somos Impuros” que faz resgate histórico do tratamento da hanseníase

A Secretaria de Estado da Saúde (SES), por meio do Núcleo de Doenças Crônicas e Negligenciadas, em parceria com a Secretaria de Cultura e Turismo d...

30/01/2025 23h31
Por: Redação Fonte: Secom Paraíba
Foto: Reprodução/Secom Paraíba
Foto: Reprodução/Secom Paraíba

A Secretaria de Estado da Saúde (SES), por meio do Núcleo de Doenças Crônicas e Negligenciadas, em parceria com a Secretaria de Cultura e Turismo do município de Bayeux, promoveu, nesta quinta-feira (30) pela manhã, o lançamento do filme “Não Somos Impuros”, que se passa nas ruínas do Leprosário Getúlio Vargas, em Bayeux - desativado há anos -, onde os pacientes com o agravo ficavam totalmente isolados da sociedade e até dos seus familiares - e fala da luta dos profissionais de saúde em tornar a doença com menos estigma e preconceito.

O lançamento aconteceu no auditório da Faepa, na capital, durante reunião com Coordenadores de Vigilância Epidemiológica e Atenção Primária da 1ª Macrorregião de Saúde e fez parte da programação do Janeiro Roxo - mês dedicado à conscientização sobre a hanseníase.

De acordo com o diretor do filme, Normando Vitorino, da CBook Films, o documentário visa promover o resgate histórico do trabalho dos profissionais de saúde na Paraíba, em relação à hanseníase. “A produção retrata o momento em que a hanseníase tinha todo um estigma, muito maior do que existe hoje e destaca os profissionais que atuaram desde a década de 40 e que ainda hoje estão na linha de frente dessa política pública e que são de grande importância para a sociedade. O nosso objetivo foi trazer a valorização destes profissionais pela dignidade de “resgatar” aqueles pacientes que, até então, não tinham expectativa de vida”, frisou.

O diretor informou ainda que a intenção é socializar o filme com o maior número de órgãos públicos ligados à saúde. “Hoje em dia, já está sendo exibido no Maranhão, Rio de Janeiro e Alagoas. A intenção é fluir também dentro da plataforma do Ministério da Saúde para que possa ser utilizado como um instrumento de formação, capacitação e motivação para que os profissionais de saúde caiam em campo, com maior determinação e força para que a hanseníase possa ser vencida em qualquer local do país”, destacou.

A técnica do Núcleo de Doenças Crônicas e Negligenciadas Jaíza Almeida disse que o filme incentiva o profissional da saúde a encabeçar a luta e fazer histórias diferentes do que aquelas pessoas viveram. “Lutar por um diagnóstico precoce para que as sequelas não se instalem; levar a informação a outras pessoas, o máximo possível, para que esse preconceito, criado na cabeça das pessoas, seja desfeito e o estigma seja diminuído”, declarou.

Realidade que a técnica de enfermagem e coordenadora do Morhan - Movimento de Reintegração de Pessoas Atingidas pela Hanseníase, Severina Ribeiro, de 75 anos, conheceu muito bem. Com apenas oito anos de idade, foi isolada no Leprosário. “Quando eu tinha sete anos, apareceu uma mancha no meu rosto. Minha mãe mandou lavar pensando que era sujeira. Como não saiu, me levava em benzedeiras e me dava chás, mas nada resolvia. Um ano depois, quando o meu pai voltou do Rio de Janeiro, onde morava, fomos ao médico, quando foi diagnosticada a hanseníase. Fui levada para o Leprosário onde fiquei isolada da família durante anos”, lembra, ao mesmo tempo que apela para que a população fique atenta quanto à doença.

“Eu passei por tudo isso porque naquele tempo não existia o conhecimento e nem as informações que existem hoje sobre a hanseníase. Por isso, falo sempre que qualquer mancha que aparecer, procure o médico e faça o tratamento que é gratuito e pelo SUS. Faça fisioterapia e tudo mais que o médico pedir, para não ficar com sequelas como eu fiquei”, disse.

A hanseníase é uma doença infecciosa crônica causada pelo Mycobacterium leprae, que afeta, principalmente, a pele e os nervos periféricos. A transmissão ocorre por contato prolongado com pessoas doentes que não estejam em tratamento. Apesar de antiga, a hanseníase ainda é uma preocupação de saúde pública, especialmente na Paraíba.

Foto: Reprodução/Secom Paraíba
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