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Goiás: Ásia quer o algodão goiano

Goiás: Ásia quer o algodão goiano

02/09/2016 21h44 Atualizada há 8 anos
Por: Redação
Foto: Reprodução
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Comitiva de executivos veio até Goiás conhecer a produção local e se encantaram com a qualidade da pluma IMG_6302 Uma missão comercial asiática desembarcou em Goiânia na noite desta quinta-feira, dia 1º de setembro, para conhecer o processo de produção, análise e beneficiamento do algodão goiano. A comitiva é composta por 11 representantes de grandes empresas de Bangladesh, China, Coreia do Sul, Índia, Tailândia e Vietnam, divididas entre indústrias têxteis e negociadoras internacionais de algodão. O objetivo é promover o algodão goiano e brasileiro para o mercado externo, evidenciando suas características de rastreabilidade, qualidade e sustentabilidade. Executivo da Chiem Patana Synthetic Fibers e Textiles. Jittipong Chiempitayanuvat se mostrou surpreso com o nível de organização do setor da cotonicultura brasileira. “O Brasil é muito sério e agressivo comercialmente. Também estamos impressionados com os investimentos feitos em tecnologia feitos por aqui”, comentou. Para o executivo, a capacidade organizacional brasileira gera confiança aos compradores internacionais. “O produtor local nos faz acreditar que, se houver algum problema, ele será resolvido”, afimou.   Jittipong acredita que a missão asiática abre portas para a ampliação do comércio da pluma de algodão. O tailandês se diz mais seguro agora em relação ao produto brasileiro. “Fica muito mais fácil defender a compra do produto vindo do Brasil para as empresas tailandesas”, considerou. Rezwan Sadat, executivo da Mars Textile, situada em Bangladesh, e Young Kweon Kim, da sul-coreana Ilshin Textile, acompanharam a apresentação técnica das avaliações do algodão e afirmam que a produção goiana está no mais alto nível mundial de qualidade da fibra. “O preço aumentou um pouco desde o ano passado, mas a qualidade desta safra também subiu”, analisou Sadat. Por sua vez, Kim confessou que participar de uma missão técnica e comercial possibilita ter um conhecimento muito maior do produto a ser comprado. “Antes, comprávamos apenas conforme um padrão técnico, sem saber da origem do produto. Conhecer toda a cadeia de produção do algodão brasileiro desperta o interesse nas etapas anteriores ao comércio internacional”, disse. Estatégia Presidente da Agrodefesa, Arthur Toledo afirma que o algodão possui a cadeia estratégica mais bem-organizada do agronegócio. Para ele, o mérito está na busca da qualidade da fibra e nos grandes investimentos em controle de pragas, como a do bicudo e da helicoverpa. “É uma satisfação para o estado de Goiás, por meio da Agrodefesa, de normatizar as questões fitossanitárias para o setor algodoeiro”, declarou. Produtor rural e diretor da Associação Goiana dos Produtores de Algodão (Agopa), Paulo Shimohira lembra que houve uma inversão na estratégia das missões comerciais. “Antes, nós íamos até eles apresentar nosso produto. Hoje, eles vêm a nós”, comemora. Para o presidente do grupo Shimohira, a vinda dos asiáticos já é um bom sinal de aumento do comércio da pluma. “Atualmente, Goiás só perde em qualidade para o algodão australiano, que tem irrigação 100% controlada. Estamos acima dos Estados Unidos e da média mundial em qualidade de fibra”. “Foco é na qualidade” Presidente da Associação Goiana dos Produtores de Algodão (Agopa), Luiz Renato Zapparoli apresentou à comitiva internacional um panorama completo acerca da cotonicultura de Goiás. Dados sobre a disposição territorial das plantações, as características da fibra colhida em Goiás, tamanho, resistência, grau de reflexibilidade e as porcentagens de algodão premium e standart, entre outros aspectos, foram apresentados detalhadamente. Luiz Renato lembrou ainda que Goiás participa das rodadas de textes de Bremem (Alemanha) e do Comitê Consultivo Internacional do Algodão (ICAC), tendo recebido boas avaliações. “Temos condição de mostrar nossa qualidade de forma detalhada, nosso nível de produção e sustentabilidade”, concluiu. A Associação Sul-Matogrossense de Produtores de Algodão (Ampassul) também apresentou dados de sua produção. A apresentação ficou a cardo do diretor-executivo da instituição, Adão Hofmann, que enfocou os avanços do setor nas últimas safras. “Estamos melhorando para que os lotes sejam mais uniformes, começando no plantio até a comercialização”, comentou. Presidente da Associação Brasileira de Produtores de Algodão (Abrapa), João Carlos Jacobsen lembra que a ideia de realizar missões comerciais começou em 2012, mas este é o segundo ano em que os compradores vêm ao Brasil. “O sucesso é enorme. Eles podem ver de perto que a nossa produção atende à sua demanda”, explicou. Além de Goiás, a comitiva conheceu a produção do Mato Grosso e da Bahia. A produção goiana é a terceira maior do país, e na última safra produziu 43.4 mil toneladas de pluma. Mais de 90% da pluma produzida pelo estado traz certificações ABR e BCI. Nas últimas safras, houve recuo na área plantada. Para O presidente da Agopa, Luiz Renato Zapparoli, essa redução acompanhou o baixo preço do algodão no mercado. “alguns produtores optaram por outras culturas que ofereceram maior rentabilidade”, explicou. Brenno Sarques Jornalistica
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