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CBHSF encerra a série de reuniões sobre cheias e ocupações irregulares na bacia do São Francisco

CBHSF encerra a série de reuniões sobre cheias e ocupações irregulares na bacia do São Francisco

25/10/2018 17h14 Atualizada há 6 anos
Por: Redação
Foto: Reprodução
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Evento aconteceu em Pirapora e contou com grande participação da população

O Comitê de Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF) realizou, em parceria com a Agência Nacional de Águas (ANA), Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Defesa Civil Nacional e de Minas Gerais, Companhia Energética de Minas Gerais (CEMIG), municípios do Alto São Francisco e prefeitura de Pirapora, a terceira e última reunião pública de 2018 para tratar de prevenção quanto aos possíveis impactos das cheias na bacia do Rio São Francisco, ocasionados principalmente por ocupações irregulares em áreas de proteção permanente e também pelas condições de assoreamento e degradação do rio. O encontro aconteceu no auditório do hotel Canoeiros em Pirapora/MG, nesta quarta-feira 24. Com o início do período úmido e devido ao grande número de ocupações irregulares na região, precipitações pluviométricas de 2000 m³, o que não é raro, já podem causar danos imensos”, foi o alertou o engenheiro de Planejamento Hidroenergético da CEMIG, Renato Júnior. A prefeita de Pirapora, Marcela Machado Ribas Fonseca, agradeceu em nome dos prefeitos da Associação de Municípios da Bacia do Médio São Francisco (AMMESF) a intervenção do Comitê e reforçou a necessidade de intensificação dos esforços do poder público local na prevenção de possíveis desastres na região. A coordenadora da Câmara Consultiva Regional do Alto São Francisco, Silvia Freedman lembrou que “o momento é propício para se falar em prevenção, em plena crise hídrica na região, intensificada a partir de 2013, inclusive com o desabastecimento humano. Nesse cenário, expandiram-se as construções e ocupações nas margens do rio, situação que é muito preocupante. Precisamos respeitar as margens do rio, porque depois que o desastre acontece, não adianta colocar a culpa no rio e, as consequências são mais graves e, muitas vezes irremediáveis”. O Tenente Coronel Faria, da Defesa Civil de Minas Gerais, interagiu com os participantes e demonstrou, através de material de treinamento do órgão, como agir em períodos chuvosos. Ele reforçou a necessidade de atitudes preventivas às enchentes, alertando sobre a necessidade de se adotar a cultura da prevenção aos desastres, como é feito em outros países. Maria Creuza Alcântara, ribeirinha da comunidade de Baia do Boi, disse estar atenta aos ensinamentos e mais preparada aos primeiros sinais de cheias do rio. “Já presenciei muitas pessoas próximas perderem suas produções por causa de enchentes”, afirmou. Para Vilma Martins Veloso, moradora da comunidade de Barra Guaicuí, e membro do CBHSF, “encontros como esse deveriam acontecer mais vezes e em cada comunidade. As ocupações na calha do rio são muitas, basta percorrer por aqui. Rezamos pelas chuvas, mas como estamos acostumadas com a seca, achamos que o rio nunca vai encher e adentramos no rio. Se vier uma chuva forte podemos perder nossas economias e até nossas vidas”. Tatiane Santos Rodrigues, representante do Sindicato dos Produtores Rurais de Pirapora, salientou que “a reunião veio de encontro com uma grande preocupação do Sindicato, evitar perdas, já as que a agricultura nas margens do rio é uma constante”. Confira as fotos da reunião pública:
Termos de Cooperação Durante a reunião, foram assinados dois termos de cooperação. O primeiro, entre o CBHSF, a Agência Peixe Vivo e o Serviço Autônomo de Água (SAAE) de Pirapora, com o objetivo de ampliar o sistema de tratamento de água em Pirapora. O segundo, com Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Paracatu, para a revitalização da bacia do Paracatu. Ambos receberão apoio financeiro oriundos da cobrança pelo uso das águas na bacia do São Francisco, conforme edital de chamamento público 01/2018 divulgado pela Agência Peixe Vivo. O diretor do SAAE em Pirapora, Esmeraldo Pereira dos Santos, agradeceu a sensibilidade do CBHSF com a cidade que enfrenta uma severa crise de abastecimento humano, devido à falta de chuvas e, consequentemente, à baixa vazão na represa de Três Marias. “Com essa parceria vamos garantir a segurança hídrica para Pirapora e região”. Dois termos de cooperação foram assinados no evento. Crédito: Carina Vaz O presidente do CBHSF, Anivaldo Miranda, ressaltou que “o papel do Comitê que vai, além de reverter integralmente os recursos da cobrança da água em projetos de revitalização e segurança hídrica para a população, é o investir em planejamento, sensibilização governamental e social para com a preservação do rio e, ações preventivas como essa, de reunir os atores sociais e construir coletivamente uma agenda de enfrentamento com relação às possíveis enchentes, representa o cumprimento da missão institucional do Comitê. Findamos o encontro aqui em Minas, assim como nos estados de Pernambuco e Sergipe, na certeza de que estamos exercendo nosso papel social de forma participativa e democrática no enfrentamento deste fenômeno corriqueiro, após o período seco e de baixa vazão do rio”. O presidente do CBHSF finalizou suas palavras agradecendo a receptividade dos comitês regionais, do poder público e da população do Alto São Francisco. *Texto: Núbia Primo *Fotos: Carina Vaz
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