Graças ao uso de novas tecnologias, pesquisadores têm buscado consolidar o sistema de integração Lavoura-Pecuária-Floresta como nova possibilidade para o futuro da produção sustentável na Paraíba. O projeto conta com apoio de R$ 100 mil do Governo do Estado e faz parte de um investimento total de R$ 3 milhões ao Programa de Apoio a Núcleos em Consolidação do Estado da Paraíba, por meio de edital da Fundação de Apoio à Pesquisa da Paraíba (Fapesq).
A pesquisa chama a atenção para o uso de práticas quem visam a conservação do solo em um sistema integrado. Com a implantação do sistema Lavoura-Pecuária-Floresta é possível aumentar a capacidade de suporte das pastagens ou permitir as suas incorporações aos sistemas agrícolas para produção de grãos e fibras, bem como silagens para suplementação no período da seca.
O estudo propõe obter informações sobre os atributos do solo que vão auxiliar no entendimento dos processos de degradação e das pastagens e permitirão melhor planejamento de políticas públicas para mitigar problemas ambientais em áreas mais suscetíveis à degradação.
O trabalho é conduzido em uma área de 15.200 m2 (1.52 ha) na estação experimental da Empresa Paraibana de Pesquisa, Extensão Rural e Regularização Fundiária (Empaer), empresa parceira no estudo, localizada no município de Alagoinha, Agreste da Paraíba, tendo como proponente a Embrapa Solos/UEP-Recife em parceria com o Departamento de Solos e Engenharia Rural da Universidade Federal da Paraíba (DSENGR/CCA/UFPB).
De acordo com o coordenador do projeto, professor Flávio Oliveira, pesquisador em Ciência do Solo, o sistema possui potencial impacto do ponto de vista técnico-científico, de inovação, difusão, socioeconômico e ambiental e proporcionará melhorias à região na qual está implantado, bem como nas demais áreas do estado, por meio de transferência de tecnologia, diminuição dos impactos ao ambiente e maior sustentabilidade dos sistemas produtivos.
“Espera-se aumentar a lucratividade da propriedade, com múltiplos usos [agrícola, animal e florestal], conservando principalmente o solo e água, garantindo a manutenção da propriedade aliada ao bem-estar do proprietário e de sua família”, destacou. Segundo o pesquisador, com essa proposta, espera-se estabelecer estratégias de recuperação de pastagens degradadas e desestimular a abertura de novas áreas de desmatamento.
Flávio observa que os sistemas integrados, que promovem práticas sustentáveis como rotação de culturas, cultivo consorciado e uso de adubos orgânicos, tendem a preservar melhor a qualidade do solo. “Esses métodos integrados favorecem a resiliência do solo, promovendo a retenção de nutrientes e a redução da erosão, contribuindo assim para a sustentabilidade a longo prazo da produção agropecuária”, afirmou ele.
Na pesquisa, que iniciou no ano de 2015, estão sendo utilizados diferentes sistemas consorciados com espécies vegetais tipo Brachiaria decumbens, lavoura anual (Milho), Sabiá, Ipê roxo, Gliricídia, sendo as três últimas florestais. Em seguida, o componente animal começou a ser inserido. Avaliações periódicas vêm sendo realizadas a partir dos atributos físicos, químicos e biológicos do solo, rendimento e qualidade das culturas agrícolas e produção de forrageiras e florestais.
“A escolha entre sistemas convencionais e integrados não apenas influencia a produtividade imediata, mas também molda o futuro da saúde do solo e a viabilidade do sistema agrícola como um todo”, afirmou o pesquisador.
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